Oi pessoal, hoje vamos conhecer um tema muito importante dentro da
Paleontologia: A Paleobiogeografia.
O que é
Paleobiogeografia? E qual a sua função?
A Paleobiogeografia é o ramo da Paleontologia que lida com a distribuição de grupos de organismos representados exclusivamente por fósseis. A base conceitual é derivada da biogeografia que por sua vez, é a ciência que busca reconstituir os padrões de distribuição geográfica dos seres vivos e explicá-los segundo os processos históricos. A Paleobiogeografia busca compreender as formas de vida que habitaram determinada região por meio dos fósseis. Agora vamos conhecer um pouco sobre a Biogeografia que é muito relacionada a Paleobiogeografia.
Vamos lá:
Biogeografia
Biogeografia é a área das ciências biológicas que estuda a distribuição dos seres vivos no espaço e através do tempo. Ela foca na distribuição da vida com base na dinâmica da escala espacial e temporal do nosso planeta.
Você já se perguntou por que determinado ser só ocorre em tal lugar? Pois a resposta para essa pergunta está nos estudos da Biogeografia!
Por exemplo o
Uacari (gênero de macaco arborícola da família dos
Cebídeos) é um animal que só ocorre na floresta
Amazônica. Mas por quê? Por que ele não é encontrado em outras regiões?? A resposta é porque no ambiente em que ele vive
ele encontra todos os recursos que ele não encontraria em outro lugar. Isso explica em parte a sua distribuição. E por que, por exemplo, ele não ocorre nas florestas tropicais do Congo, na África, que tem recursos similares? Porque talvez ele tenha surgido na América do Sul muito recentemente, quando os continentes já estavam separados, e não haviam caminhos para que ele se espalhasse até lá.
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Distribuiço geográfica de animais e plantas fósseis |
Os estudos de Paleobiogeografia ajudaram a sustentar a teoria de que um dia os continentes teriam sido unidos. Como vocês podem ver na imagem acima, os messossauros (pequenos répteis aquáticos) habitavam a América do Sul e a África durante o período Permiano, quando os continentes eram um só, formando o Pangea.
Quando foram encontrados fósseis das mesmas espécies mesossauros no Brasil e na África, os pesquisadores ficaram intrigados. A teoria da "deriva continental" (tectônica de placas) ainda não havia sido proposta e não se sabia que os continentes se movimentavam. Entre outras coisas, como o visível encaixe da costa da América do Sul e da África, os fósseis foram as principais ferramentas para se comprovar a teoria da movimentação dos continentes. Não só os mesossauros, mas outras espécies fósseis, como o Cynognathus, o Lystrosaurus e os vegetais conhecidos como Glossopteris (todos do período Permiano), ajudaram a provar que um dia todos os continentes haviam sido um só. Essa era a única forma de explicar a sua estranha distribuição.
Estudar a distribuição dos organismos e buscar explicações para isso é importante não só para se conhecer a geografia do passado, mas também para se conhecer aspectos dos processos evolutivos. Não é um estudo meramente espacial, mas também temporal. O surgimento de barreiras geográficas, por exemplo, como a elevação de montanhas ou a própria separação continental, permite que o processo de especiação ocorra e a diversidade de espécies aumente ao longo do tempo. Qual espécie derivou de qual, qual é mais próxima da outra, qual dispersou primeiro? A distribuição espacial e sua evolução ao longo do tempo ajudam também a responder essas questões.
A Paleobiogeografia une conceitos e informações de ecologia, biologia evolutiva, geologia e geografia física. Pesquisas nessa área combinam informações e idéias de muitos campos, desde as limitações fisiológicas e ecológicas sobre a dispersão do organismo aos fenômenos geológicos e climatológicos que operam em escalas locais e globais.
Bom, espero que tenham gostado dessa introdução ao tema! Em futuros posts iremos averiguar alguns estudos de caso muito interessantes.
Para você que gosta de Paleontologia, esse é um tema essencial, se você se interessou, pesquise na internet e procure saber mais!
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