Guarinisuchus, o guerreiro dos mares

Hoje vamos conhecer uma espécie bem interessante de crocodilomorfo brasileiro.
Crocodilomorpha é um importante grupo de arcossauros que incluem animais atuais como os crocrodilos, jacarés, gaviais e seus parentes extintos.

Guarinisuchus munizi. Artista: André Pinheiro

O Guarinisuchus munizi

Guarinisuchus pertence a família Dyrosauridae, que é uma família de crocodilomorfos  que viveram do Cretáceo superior ao período Eoceno. Fósseis desse grupo foram encontrados em quase todos os continentes do mundo, mas especialmente na Africa, Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul.

Descoberta

Os fósseis do Guarinisuchus munizi foram encontrados na Mina Poty, no munícipio de Paulista, à 30 km do Recife, por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A mina Poty, em Pernambuco, é uma pedreira de calcário, que faz parte da bacia sedimentar da Paraíba. É um afloramento bastante importante, pois abriga sedimentos que marcam a transição do período Cretáceo para o Paleógeno. Os sedimentos na região variam de 68 a 62 milhões de anos, na mesma época, aproximadamente, em que ocorreu a extinção dos dinossauros (por volta de 66 milhões de anos).

Os cientistas batizaram esse animal de acordo com a língua Tupi, onde "guarani" significa guerreiro, e "suchus", em Grego, crocodilo. O segundo nome, munizi, é em homenagem ao paleontólogo brasileiro Geraldo da Costa Barros Muniz, famoso por ter descoberto muitos fósseis na costa do nordeste brasileiro. Um dos motivos pelos cientistas chamarem  esse animal de guerreiro foi o fato dele ter sobrevivido ao evento que extinguiu os dinossauros.

Na foto está a pedreira Poty, local onde foram encontrados os fósseis do Guarinisuchus munizi.

Sobre o animal

Com aproximadamente 3 metros de comprimento, Guarinisuchus foi provavelmente um dos predadores dominantes de sua época (Paleoceno) em seu ecossistema. Com focinho bastante alongado, dentes compridos e calda espalmada, ele era adaptado para a vida marinha, e de maneira geral, se assemelhava bastante aos gaviais atuais.

No Cretáceo Superior da Bacia da Paraíba haviam pelo menos 3 espécies de mosassauros (répteis marinhos pré-históricos, que foram os principais predadores dos oceanos no final do Cretáceo), porém todas foram extintas, dando o lugar de grande predador para Guarinisuchus, que dividiu o nicho ecológico com alguns tubarões. Sua dentição indica que ele se alimentava principalmente de peixes, mais poderia também se alimentar de pequenos moluscos e crustáceos, abundantes nessa região.

Réplica do crânio do Guarinisuchus munizi

Reconstituição artística do guerreiro dos mares.

Gostaria de agradecer a Rudah Duque, que me ajudou muito a escrever sobre esse animal incrível. Rudah é biólogo e atualmente estuda a fauna de vertebrados dessa região.

Deixem seus comentários aqui em baixo porque isso nos motiva a escrever mais e trazer informações pré históricas mais interessantes a vocês. Até mais!