Educação
"Carodnia vierai" e a fauna da Bacia de Itaboraí
Olá pessoal, tudo bem?
Hoje iremos viajar em uma região pré-histórica que abrigava seres vivos diversificados, mas o foco principal vai para um mamífero que abrigou o Brasil há 58 milhões de anos, no período Paleógeno, o Carodnia vierai. Ele viveu onde hoje é a Bacia de Itaboraí, RJ, e será nossa encruzilhada neste apetite insaciável do conhecimento! Vamos conhecer um pouco este mamífero pré-histórico?
Carodnia vierai, o 'Gigante Dócil' brasileiro
Depois da extinção dos dinossauros (cerca de 65 M de anos atrás), os mamíferos que já existiam naquela época, tiveram a possibilidade e vantagem em poder evoluir e se proliferarem-se, sem a intervenção dos dinossauros. Durante o primeiro período (Paleógeno) da última era geológica, chamada de Cenozoica, mamíferos que antes eram pequenos agora alcançavam tamanhos maiores!
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Réplica do Carodnia vierai criado em 2006. Foto de autoria de Paul Jurgens. |
"...nesse período, surgiram estas bestas, que não deixaram descendentes, e das quais sabemos tão pouco. A reconstrução do Carodnia é o primeiro passo para conhecermos este animal". Disse Lílian Paglarelli Bergqvist, a paleontóloga que coordenou durante 14 meses, a reconstrução do esqueleto de Carodnia vierai.
Este mamífero tinha em torno de 2,2 metros de comprimento e 1 metro de altura (em comparação, parece o tamanho de uma anta atual). Para nós, parece pequeno - porém em sua época, era dez vezes maior que os mamíferos que surgiram na mesma época que ele! Análises dos dentes deste mamífero levaram aos paleontólogos a deduzirem que ele era herbívoro. As gramíneas naquela época não eram tão abundantes, por isso especula-se que o Carodnia comia ramos e flores. Nham!
O Carodnia foi descoberto no ano de 1949, pelo operário José Vieira, que trabalhava em uma mina de calcário em Itaboraí, um município do Rio de Janeiro. O primeiro fóssil encontrado era a mandíbula do animal de 30 centímetros. Foram encontrados então cerca de 50% a 60% dos 120 ossos que compõem o mamífero.
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Reconstrução artística do Carodnia Vierai. Créditos ao autor presentes na imagem. |
Por fim, não posso deixar de falar uma das características mais incríveis do Carodnia vierai. Uma delas é que os seus pés são menores do que as mãos, o que indica que ele utilizava as muito as patas dianteiras;e a outra é que seu maxilar se assemelha-se muito com o do Peixe-Boi. Mas se ele é um mamífero terrestre, por que tinha um maxilar igual ao de um mamífero aquático? Tal dúvida ainda não foi respondida.
A Bacia Itaboraí, um antigo lar para o Carodnia e outros seres. E uma dádiva para a paleontologiaÉ uma área situada no município de Itaboiraí, no estado do Rio de Janeiro. Uma certa parte da bacia sedimentar era utilizada como uma área de mineralização para a retirada de carbonatos para se fazer cimento. Desde descobertas minuciosas feitas nesta área, a atividade de extração foi cessada, dando margem para um PARQUE PALEONTOLÓGICO. Nesta área já foram encontrados fósseis de fungos, pólens, angiospermas, moluscos, répteis, aves, mamíferos e anfíbios.
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Vista geral da Bacia do Itaboraí, quando a mineração ainda estava ativa. Autor da foto desconhecido. |
A área estende-se apenas 500 metros em 1 km de extensão; ou seja, nem aparece nos mapas de bacias sedimentares do Brasil! Entretanto, escondeu (e ainda esconde) preciosidades que ali habitaram. Podemos perceber que a fauna nesta região era esplendida. Podemos dizer então que Itaboraí era um refúgio para mamíferos, anfíbios, répteis... e é claro para uma diversidade de plantas e flores.
REFERÊNCIAS
UFCG - "Cientistas da UFRJ remontam mamífero de 58 milhões de anos". Autor desconhecido.
Jurgens, P.. 2007. Obra faz inventário de fósseis da Bacia de São José do Itaboraí. FAPERJ
Carvalho, I. S.. 2010. Paleontologia: conceitos e métodos, volume 1/editor, - 3 ed. - Rio de Janeiro: Interciência.
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