Educação
A Deriva Continental e a Ajuda dos Fósseis
Com orientação da amiga dos Detetives do Passado, Juliana Freitas da Rosa.
Você já notou como a parte nordeste da América do Sul - ou melhor, as costas de nosso continente - contêm um formato que se encaixa direitinho nas encostas da África (lado oeste)? Interessante, não é mesmo? Uma pessoa leiga provavelmente diria que é algo do acaso ou extrema coincidência. As Geociências possuem uma explicação óbvia deste possível 'encaixe' entre estes dois países. Pode acreditar, os fósseis, ou melhor, a paleontologia, ajudou muito a reforçar tal teoria! Hoje, iremos explicar aprender um pouco sobre a Deriva Continental, como ela surgiu, quem a propôs e como os fósseis ajudaram. Em vista destas perguntas, nós, Detetives do Passado, não poderíamos ficar de fora, certo?!
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Alfred Weneger. |
A DERIVA CONTINENTAL, QUANDO OS CONTINENTES ESTAVAM JUNTOS
Já ouviu falar nas aulas de geografia sobre a Deriva Continental? Bem, a Deriva Continental é uma teoria que surgiu no ano de 1620 aos estudos do filósofo inglês Francis Bacon; porém somente no século XX, através de ideias visionárias do explorador alemão Alfred Weneger, que se deu origem do principal conhecimento dito da Deriva Continental.
A principal paixão de Weneger, e que deu origem ao grandioso e meticuloso estudo da Deriva Continental, era o encaixe das linhas das costas da América do Sul e da África (como dito anteriormente). Seu trabalho era tentar explicar as coincidências geológicas entre os continentes. Weneger acreditava que no passado, todos os continentes provavelmente estavam juntos, como um quebra-cabeça gigante, formando um famoso supercontinente, cujo denominara de Pangea, do latim pan, "todo", e gea, "terra".
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Representação de como era a Pangea e suas 'ligações'. Autor desconhecido. |
Segundo seus estudos, Weneger chegou a conclusão que a Pangea teria se fragmentado, dando origem aos continentes e oceanos atuais. Atualmente sabemos que este deslocamento e fragmentação da Pangea ocorre até hoje, e que são chamados atualmente de Tectônica de Placas, que no qual teve início há 230 milhões de anos (sim, quando os primeiros dinossauros surgiram, exatamente). Assim, a publicação sobre este evento incrível foi dada ao ano de 1915, chamado A Origem dos Continentes e Oceano. Por estudos mais recentes sabe-se que desde o arqueano já formava e reformava os continentes.Porém, atualmente sabemos que os continentes não estavam em uma DERIVA como o próprio nome diz, nem eram apenas massas continentais que se movimentavam. Com observações das zonas onde se concentram vulcões, observaram o aumento e a diminuição das camadas de rochas. A porção em que havia o aumento de massa rochosa foram encontradas em grandes áreas oceânicas, como a cadeia de montanhas submersas Dorsal Meso-Oceânica, que separam a Africa da América do Sul, no meio do oceano Atlântico. Este tipo encontra-se também no Oceano Pacífico. Já as zonas com vulcanismo continental há um consumo de camada de rochas. Isso foi tão intrigante que causou várias discussões entre cientistas de todas as partes do mundo em meados do século XX. Conclusão, pela divisão Crosta, Manto e Núcleo da Teoria da DERIVA, pegaram a crosta e separaram em crosta continental e oceânica, até aí tudo igual, mas por conta de várias evidências de rochas exóticas na crosta e varias estruturas geológicas de difícil concepção, concluíram que a crosta teria um pedaço do manto superior formando um camada maior chamada de Litosfera. A Litosfera é dividida em Placas Tectônicas, nas suas bordas ocorrem os mais evidentes registros de movimento chamados de estruturas tectônicas. Outro ponto muito discutido entre os cientistas é que essas Placas Tectônicas não boiavam num mar de lava como esperava-se na teoria anterior, mas que alguma força faziam com que se movimentassem, chocando-se, separando-se, em movimentos convergentes e divergentes, respectivamente. Essa força é originada do Fluxo Convectivo no manto, sob a Litosfera. Atualmente esta é a teoria mais aceita, e a cada dia há novos estudos geológicos e geofísicos que comprovam a Teoria das Placas Tectônicas.
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Litosfera dividida em Placas Tectônicas e as setas amarelas mostram os seus movimentos. Publicado pelo Jornal A Tribuna (2003) e retirado do Site http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch055g.htm |
A AJUDA DOS FÓSSEIS, PARA REFORÇAR UMA TEORIA
O professor africano Alexander Du Toit reforçou um pouco mais a teoria de Weneger. Alexander propôs que a Pangea teria se fragmentado inicialmente em duas partes (ou melhor, continentes): uma que se situava-se no hemisfério norte, chamada de Laurasia e a outra no hemisfério sul chamada de Gondwana.
Alexander utilizou como ajuda evidências de extensos depósitos de carvão no Laurasia e das rochas sedimentares do ambiente glacial da Gondwana. Weneger também mostrou sérias evidências de sua teoria.
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A teoria e esquema que Weneger estudou tão dedicadamente em sua vida. Nesta imagem podemos ver claramente as ligações de fauna e flora paleontológica entre os continentes que formavam a Gondwana. |
Ele mostrou várias coincidências nos encaixes entre os continentes atuais, como a da América do Sul com a África. Mas teve algumas evidências mais surpreendentes ainda! SIM, OS FÓSSEIS!
Weneger apresentou a distribuição de fósseis, principalmente de plantas (da denominada Flora de Glossópteris) gimnospérmicas e samambaias que pertenciam a um ambiente já extinto do Brasil e da África, dentre outros locais como Austrália, Antártida e Índia. Tais fósseis provavam uma intensa relação da flora e fauna de ambas massas de terra, o que indicava que antigamente ambas estavam juntas (sim, a famosa Gondwana está aí), o que reforçou a teoria de que no passado os continentes estavam juntos!
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Realmente Weneger e muitos outros cientistas que estudaram a Deriva Continental se sentiram inspirados após imaginar como a América do Sul e a África um dia estiveram juntas! Autor da imagem desconhecido. |
Os fósseis desde sempre estão ajudando as ciências com dúvidas notáveis, e também para reforçar evidências de teorias. Outro exemplo que posso dar à você, leitor, seria a grande ajuda dos fósseis para explicar a evolução de diversos grupos de animais. Agora podemos ver o quão gratificante e importante é estudar os fósseis e divulgar as informações que extraímos deles.
E no Futuro...
Alguns cientista ao observar a Placa Tectônica Sul-americana seguindo para oeste, acredita-se que daqui milhões de anos existirá um novo supercontinente chamado de AMÁSIA (Junção de América e Ásia).
Outros cientistas dizem que daqui a milhões de anos, após o consumo da placa de Nazca, a oeste da América do Sul, o movimento da placa Sul-americana vai inverter, e o Brasil se chocara novamente com a África.
Isso só iremos saber daqui a muitos milhões de anos, isso para o ser humano será a eternidade!
E não se esqueça de comentar!! =D
A sua opinião é muito importante para nós!
REFERÊNCIAS
Decifrando a Terra / organizadores Wilson Teixeira...[et. al] . -- 2.ed. - São Paulo : Companhia Editora Nacional, 2009.
Paleontologia: conceitos e métodos, volume 1/editor, Ismar de Souza Carvalho.- 3 ed. - Rio de Janeiro: Interciència, 2010.
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