O gênero conhecido como Choro ou Chorinho, é bem brasileiro, nasceu no século XIX na cidade do Rio de Janeiro, por volta de 1870, derivado de outros ritmos vindos da Europa (Xote, Valsa, Pouca, Mazurca, quadrilha) e da África (Lundu). Seu “criador” ou grande colaborador para que o gênero aparecesse e firmasse foi Joaquim Calado, que teve a idéia de unir ao solo de sua flauta, dois violões e um cavaquinho improvisando livremente sobre a melodia.
Apesar de seu nome trazer a idéia de chorar a música nem sempre é assim. Ela é formada por melodias alegres e de andamento rápido, exigindo domínio do instrumento (estudo e técnica) para sua execução ou improvisação. O Choro tem uma relação muito estreita com a técnica da música erudita e com a malandragem e o improviso da música popular ou do Jazz.
O Choro é uma música de natureza popular e instrumental, tendo uma formação básica de violão de sete cordas, violão, cavaquinho, bandolim, flauta e pandeiro, porém já existem inúmeras adaptações e composições que foram feitas para outros instrumentos ou formações, tais como: para piano, clarinete, saxofones, trombone, marimba, xilofone, para bandas, orquestras, coros etc. É importante destacar que muitos choros foram escritos ou adaptados para instrumentos e/ou canto, como é o caso dos Choros nº 10 de Villa-Lobos para Coro e Orquestra com o tema "Rasga o Coração" de Catulo da Paixão Cearense ou, como é o caso do Brasileirinho, gravado por Carmen Miranda, sendo um grande sucesso na época, e, também, gravado por muitos músicos famosos como Wo Wo Ma (violoncelista) e outros de várias épocas e de toda parte do nosso mundo. Já toquei alguns choros (Tico-Tico no Fubá –Zéquinha de Abreu, Arrasta Pé, Minhas mãos meu cavaquinho e Brasileirinho –todos de Waldir Azevedo) com instrumentos de percussão (marimba e xilofone), e, pode-se perceber que soam muito bem nesses instrumentos.
Quem toca ou escreve Choros são conhecidos como “Chorões”, sendo na maioria compositores e/ou excelentes músicos. Dentre estes Chorões, é importante citar alguns nomes importantes: Chiquinha Gonzaga, Hernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros, Heitor Villa-Lobos, Pixinguinha, João Pernambuco, Donga, Luperce Miranda, Waldir Azevedo, Zequinha de Abreu, Jacob do Bandolim, Paulinho da Viola, Altamiro Carrilho, Radamés Gnatalli, Hermeto Paschoal etc. Também gostaria de deixar aqui o nome de Paulo Costa e Magdalena Romagnolo, que são grandes amigos, músicos e compositores e que tem uma relação grande de belos choros entre outros estilos musicais que já ouvi atualmente.
Infelizmente, o Choro não é uma música tão popular (ou do povo). Ela não é tão tocada ou ouvida na mídia quanto deveria. Ela é divulgada somente em rádios ou programas que procuram mostrar a música instrumental brasileira, que são poucos. Então, esse gênero musical gracioso acaba ficando um tanto restrito às escolas de músicas, teatros ou algum evento específico que procure divulgar música de qualidade.
Quem sabe no dia 23 de abril, dia do nascimento do compositor Pixinguinha – que definiu a forma musical Choro, e, também, Dia Nacional do Choro muitos possam tocar, assistir e relembrar desse nosso precioso gênero musical, que hoje é mais erudito do que popular.
Autor: Acácio Rodrigues Filho
Pólo de Itapetininga
Depois de ler esse excelente texto do Acácio, que tal assistir um vídeo? Já é, tá na fita.
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