Educação
TELEVISÃO E EDUCAÇÃO...
O ADVENTO DA TELEVISÃO E A EDUCAÇÃO
Por: Jorge Schemes
http://geocities.yahoo.com.br/edu_midia/edu_midia.html
Depois do gigantesco passo dado pelos irmãos Lumière e do impacto do cinema na vida de milhões de pessoas, a televisão foi outra “revolução visual” que marcou as nações de todo o planeta, e trouxe profundas transformações no pensamento, cultura, costumes e valores, principalmente das sociedades mais desenvolvidas, afetando direta ou indiretamente a educação. O advento da televisão, bem como a sua rápida popularização, tornando-se o principal meio de comunicação de massa e formação de opinião, conquistou lares e corações e causou um segundo impacto na maneira de “ver” o mundo. “A TV pode ser considerada como uma invenção relativamente recente. Em 1926, o escocês John Logie Baird (1888-1946) fez a primeira demonstração pública da televisão. Três anos antes, porém, o engenheiro russo-americano Vladimir Zworykin (1889-1982) inventara o tubo eletrônico de câmera (iconoscópio), que é a base dos aparelhos de televisão usados até hoje”
A TV começou com o formato de um grande tubo, cheio de válvulas e no máximo em duas cores, preto e branco. Adquiriu popularidade nas décadas de 40 e 50, quando ela começou a ser aperfeiçoada. Não demorou muito para que ela se tornasse o objeto dos sonhos de consumo dentro das sociedades capitalistas, contrariando as previsões mais pessimistas, como a do Cineasta Americano Darryl F. Zanuck (1902-1979), o qual disse que a televisão não poderia se manter muito tempo no mercado. Pois as pessoas logo se cansariam de passar à tarde olhando um “caixote”. Assim, vencendo a expectativa de Zanuck, inicialmente a TV foi implantada nos países mais ricos como os Estados Unidos, Inglaterra e França, para depois chegar aos países em desenvolvimento como o Brasil, que desde a década de 50, com o surgimento da TV Tupi, começou a industrializar televisores num ritmo sempre crescente. Como era de se esperar, a TV também conquistou o coração e os lares do povo brasileiro, segundo estatísticas, “Existem hoje mais de 800 milhões de aparelhos de televisão num mundo de quase 6 bilhões de habitantes. Mais de 90% dos lares europeus e norte-americanos têm um receptor. No Brasil, cerca de 75% das casas possuem televisor”.
Não é por acaso que, pelo menos uma parcela do povo brasileiro, prefere tomar água morna (falando de maneira irônica) do que deixar de ver TV. Isso porque o nosso país tem mais televisão do que geladeira, apesar do clima tropical. São mais de 33 milhões de aparelhos de TV. Segundo pesquisa por amostra de domicílios, realizada em 1996 em todo território nacional, e divulgada em novembro de 1997, “o número de domicílios com aparelho de TV era de 84,3%. E com geladeiras, 78,2%”.
A televisão passou a ser mais importante do que qualquer outro eletrodoméstico. Nunca ouvimos falar que outro aparelho merecesse e tivesse sua salinha exclusiva com cadeiras cativas. As tevês dão tantas alegrias, provocam tantas emoções, “ensinam” tanta coisa às pessoas que não podem simplesmente ser chamada de aparelhos. Às vezes fazem mais companhia do que um ser humano, outras, chega a se tornar fetiches. No Brasil não é incomum barraco de favelas (onde muitas vezes se passa fome) possuírem antenas parabólicas para uma melhor recepção de TV.
Se em nosso país há mais televisores dentro de casa do que geladeiras, nos Estados Unidos da América o número de lares que possuem um aparelho de televisão é maior do que o de casas com água encanada. E na maioria deles, o televisor fica ligado cerca de sete horas por dia. E o que é pior, um em cada oito adultos confessa ser viciado em televisão, segundo relatório do periódico americano New Yorker. No Brasil a dependência da TV não parece muito diferente da realidade americana. Como será analisada noutro capítulo, segundo estudos divulgados pela UNESCO, a média brasileira está entre as maiores do mundo, quatro horas por dia na frente da telinha.
O surgimento das antenas parabólicas e, sua aplicação doméstica nos Estados Unidos na década de 70, proporcionando a seus usuários o privilégio de acompanhar o que vai pelo mundo das imagens no mesmo instante em que entram no ar, provocou uma verdadeira revolução nas comunicações. A febre contagiou todo mundo. O fato de essas antenas permitirem captar emissões de TV do mundo inteiro, abriu espaço a mudanças culturais capazes de influir profundamente no perfil das sociedades do futuro. Quando um aparelho de TV está ligado a uma antena parabólica e ela está voltada para a órbita de determinado satélite, é como se uma verdadeira avenida se abrisse para as ondas eletromagnéticas. Elas partem da estação rumo ao espaço, atingindo o satélite que as reflete para a terra, onde são colhidas pelo prato da antena parabólica. Essa trajetória está livre de interferências, e o resultado obtido é mais nitidez na imagem e no som. Tal vantagem nem sempre é o principal motivo que leva alguém a adquirir uma parabólica. A televisão a cabo, que surgiu por volta de 1948 nos Estados Unidos e no Brasil em 1976, é outro sistema de transmissão de TV que trafega pelos fios, como um telefonema, por isso propicia muito mais qualidade de imagem, pois o sinal segue diretamente do estúdio ao aparelho de TV, sem intermediações de qualquer espécie. Se for assim, parece que a razão pela quais muitos preferem instalar a parabólica em casa está mais relacionada com a cultura do que com a técnica.
Na visão de Alvin Toffler, autor de A Terceira Onda, o homem do final do século XX está criando o que ele denominou de infosfera, isto é, independente de fronteiras, nacionalidades ou correntes políticas, um número crescente de habitantes do planeta Terra está se aproximando via informação. Por exemplo, saber o que está acontecendo a todo o momento ao redor do mundo, já passou a fazer parte do nosso cotidiano, porém devemos questionar quais são as implicações na educação de crianças e jovens, e o que a escola pode fazer diante desta realidade.
Certamente que a televisão e os meios de comunicação eletrônica já estão influenciando e influenciarão mais ainda a educação e o prcesso de ensino e aprendizagem. Por essa razão, é imperativo que os pais, a escola e seus professores, estejam conscientes da necessidade urgente de educar para a mídia, ensinando seus filhos e alunos a desenvolverem uma visão cada vez mais crítica dos conteúdos veiculados na telinha da televisão.
BIBLIOGRAFIA:
ENCICLOPÉDIA ILUSTRADA DO ESTUDANTE. 1997, p.567.
SUPERINTERESSANTE. Janeiro de 1993, p.70.
VEJA, 19 de novembro de 1997, p.31.
Autor: Jorge Schemes
Bacharel em Teologia – SALT/IAE – São Paulo - SP
Pedagogia: Habilitação em Administração Escolar e Licenciatura para as Séries Iniciais –ACE – Joinville – SC.
Pós-Graduação em Interdisciplinaridade – IBPEX/UNIVILLE.
Pós-Graduação em Psicopeagogia – IBPEX/FACINTER.
Licenciado em Ciências da Religião – Licenciatura Plena em Ensino Religioso – FURB – Blumenau – SC.
Técnico Pedagógico na GEREI de Joinville, SC.
Professor de Filosofia da Educação na ACE - Joinville, SC.
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