O corpo humano é movido pela eletricidade. É ela que, através dos impulsos elétricos do Sistema Nervoso, nos faz sermos o que somos.
O nosso Sistema Nervoso é bidirecional, ou seja, os impulsos elétricos vão para o cérebro e também dele emanam. Eles são de uma amplitude muito pequena, medida em miliampères (hum miliampère equivale a 1 Ampère dividido por 1000). Para se ter uma idéia, uma lâmpada de 100 Watts (W) consome 0,46 Ampères se estiver ligada em 220 Volts. Já a corrente que circula em nosso corpo dificilmente ultrapassa os 25mA (25 miliampères), é tão pequena que, para medir essa corrente, os médicos necessitam de aparelhos muito sensíveis, como os usados para eletroencefalogramas, eletrocardiogramas e eletroneuromierografias.
O choque elétrico no corpo humano propriamente dito depende três fatores: tensão, resistência e área de contato.
A tensão é medida em Volts (V), também conhecida por voltagem. Em nosso dia a dia, temos desde os 1,5V de uma pilha pequena, passando pelos cerca de 110/220V de nossas residências e pelos 13.800V (=13.8 kV) de tensão primária da companhia distribuidora de energia elétrica, até os 69.000V(=69kV) ou mais das linhas de transmissão.
A resistência é medida em Ohms (Ω) e quanto menor ela for maior poderá ser o choque que levaremos. Quando levamos um choque, é o nosso corpo que oferece resistência à passagem da corrente elétrica, em média ele equivale aproximadamente 300 Ω (Ohms).
A área de contato é muito importante, pois quanto maior ela for e quanto mais umidade contiver, maior também será o choque elétrico.
É a partir dos 30mA (30 miliampères) que a corrente pode começar a provocar efeitos danosos em nosso corpo, indo desde um leve formigamento, passando pela paralisia momentânea e pela tetanização (rigidez total dos músculos), e podendo chegar a fibrilação (movimentos descoordenados do coração), parada cardíaca ou respiratória.
As conseqüências do choque elétrico dependem principalmente:
1- do percurso da corrente no corpo humano;
2- da intensidade e do tempo de duração;
3- das condições orgânicas do indivíduo.