Educação

Experiência de um jovem na Paleo SP USP 2014

Já havia participado de alguns eventos durante a minha vida, mas não havia tido a oportunidade de estar em um dos eventos mais clássicos em relação à paleontologia brasileira: Uma das reuniões anuais da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), conhecidas como Paleo.

As reuniões anuais da SBP acontecem todo ano em vários locais do Brasil. A Paleo SP, é um evento que ocorre no estado de São Paulo. O evento visa reunir pesquisadores, estudantes e interessados pela área da paleontologia. Durante a ocorrência deste, apresentações de palestras, resultados de pesquisas científicas e até mesmo exposições de materiais fósseis e obras paleoartísticas são apresentados. O evento é de livre acesso ao público - digamos... leigo -, o que me permitiu, finalmente, participar do meu primeiro.

Eu e a réplica de um Allosaurus
no Instituto de Geociências.

Graças aos regentes do grupo Colecionadores de Ossos (que fazem parte de nosso blog) - Aline Ghilard da UFRJ e Juliana da Rosa da USP - tive a oportunidade de sair de minha cidade no interior de São Paulo e viajar para a capital, para conhecer pessoalmente o evento. Oportunidades como estas são acolhida apenas uma vez a cada ano... não podia dizer "não".

A Paleo SP ocorreu nos dias 4 e 5 de dezembro no Instituto de Geociências da USP (Universidade de São Paulo). Não preciso ao menos dizer que o instituto estava perfeitamente em ritmo com a presença dos estudantes e principalmente dos pesquisadores (que participaram diretamente ou indiretamente do evento). Em minhas simples palavras: estava tudo, perfeitamente, como eu imaginava.

Vou apenas abordar aqui um pouquinho do evento em si; um mísero resumo.

As palestras não trataram apenas de dinossauros como muitos podem imaginar. O que foi extremamente legal para mim e é claro para todos que estavam presentes na Paleo SP, foi a oportunidade de conhecer e discutir temas recentemente abertos na paleontologia brasileira. Isso foi crucial para o desenvolvimento deste, e principalmente para atrair a atenção de todos os 200 participantes presentes! Sim... mais de 200 participantes. I-n-a-c-r-e-d-i-t-á-v-e-l.

Apresentação de nosso amigo do Museu de Marília, William Nava.

Os temas abordados iam desde a Megafauna do Pleistoceno, até mesmo explicações detalhadas de icnofósseis e o porquê de alguns destes estarem presentes em vias públicas (calçadas!) do nosso estado. Outros temas mais "legais" por assim dizer, também foram abordados e chamaram a atenção de muitos ali presentes. Um destes temas foi sobre a divulgação e a presença da paleontologia nas salas de aula e nos meios de comunicação; e até mesmo a abordagem da comercialização e exploração de fósseis (com relatos reais destes delitos).

Agora eu lhes pergunto: qual a importância de um jovem - sim, tenho apenas 17 anos - estar presente em um evento como esse?

Quando me referencio à jovem, digo claramente jovens mesmo! Não era apenas eu de 17 anos que estava presente no evento, como também pessoas mais novas do que eu. E isso foi gratificante. Ver pessoas mais novas se interessando desde cedo pela paleontologia.

Acabei tendo a oportunidade de conhecer muitos pesquisadores bem renomados no Brasil, como: William Nava do Museu de Paleontologia de Marília, Alcina M. F. Barreto da UFPE de Recife, Marcelo Adorna Fernandes da UFSCAR São Carlos (este será meu orientador no futuro! Espero...), Prof. Thomas Fairchild da USP, além dos icônicos Profs. Kenitiro Suguio e Setembrino Petri também da USP. Bem, por fim, muitos outros nomes estavam presentes, como também o próprio presidente da SBP (Sociedade Brasileira de Paleontologia), Max Cardoso Langer da USP de Ribeirão Preto.

Praça do Relógio, no Campus USP.

Enfim, o evento foi digno, apesar de ter sido meu primeiro de muitos pela frente. Adorei os temas tratados nas apresentações, palestras e discussões. Eu estar presente ali, foi uma realização. Pude aprender novos conceitos, métodos, opiniões pessoais dos pesquisadores e interessados presentes... em poucos palavras "um paraíso" para muitos.

Mas por quê a presença de jovens em eventos como estes é de suma importância?

Bem, o jovem começa desde pequeno a amar e a se interessar pelo mundo paleontológico e é claro, se realmente gostar, é muito importante haver o apoio (emocional, inclusive!) dos pais ou parentes em relação ao jovemzinho. Um grande apoio seria levar os filhos a eventos como estes, pois pode ter certeza: ele ou ela sairá realizado de lá.

Um exemplo: ver um jovem de 13 anos, reunido com um grupo de paleontólogos e pesquisadores, discutindo e aprendendo ainda mais sobre as recentes descobertas! Não tem preço! É como se tornar paleontólogo por um dia!

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