Entrevista com a Dr. Ana Emilia: Especialista em tubarões fósseis
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Entrevista com a Dr. Ana Emilia: Especialista em tubarões fósseis


Olá galerinha, recentemente como é de costume no Colecionadores de ossos comemoramos  A semana do Tubarão. Portanto fomos atrás da Pesquisadora especialista em tubarões fósseis  Dr. Ana Emilia Quezado e fizemos  algumas perguntas sobre os tubarões primitivos e ela muito atenciosa nos respondeu com muita alegria!!

               Entrevista com a Dr. Ana Emilia Quezado

1)      É verdade que Carcharodon (ou Charcarocles?) megalodon ainda pode estar vivo?
R – Não. O Carcharodon megalodon foi uma espécie de tubarão que viveu até o Pleistoceno (2,58 Milhões de anos) e extinta. O grande tamanho alcançado pelos organismos dessa espécie gera muitas teorias e histórias. Mas essas não possuem fundamentos científicos.

2)      É provável que as condições dos mares contemporâneos abrigue tubarões até então considerados extintos?
R – Essa é uma pergunta muito pertinente. Devido ao pouco conhecimento que temos dos nossos oceanos (sabemos mais sobre Marte do que sobre o ambiente marinho) é possível que tenhamos linhagens que são consideradas extintas, mas que na realidade só não foram descobertas. No entanto, essas linhagens podem representar espécies distintas das encontradas no registro fossilífero.

3)      O tubarão branco e C. megalodon tem um ancestral comum? Eles pertencem ao mesmo gênero?
R – Dependendo da hipótese filogenética (responsável por explicar as relações dos organismos) o tubarão branco (Carcharodon carcharias) o megalodon teriam um ancestral em comum e pertencem ao mesmo gênero. Entretanto, outros estudiosos classificam em outro gênero (Carcharoles).

4)      Se C. megalodon de fato foi extinto, por que isso teria ocorrido?
R – A principal teoria é que durante o Pleistoceno, a Terra esfriou e com isso parte dos oceanos congelaram, impossibilitando a existência dessa espécie.

5)      Quando surgiram os primeiros tubarões e quais são os tubarões mais antigos conhecidos? Eles eram parecidos com os tubarões atuais?
R – Os primeiros registros de condrictes são do Siluriano Inferior, estando representado por escamas. Apenas no Devoniano (período geológico após o Siluriano) é que são registrados os primeiros dentes e estes são atribuídos ao gênero Leonodus. Esses primeiros tubarões são conhecidos, principalmente, pelas partes mineralizadas do seu corpo (dentes, escamas e espinhos), deste modo, em muitos casos não é possível fazer uma reconstrução de todo o corpo do organismo. Entretanto temos alguns tubarões que estão preservados mais completos e com isso é possível observar algumas semelhanças, como a disposição das nadadeiras; e diferenças: presença de espinhos craniais, ornamentações.

6)      Quais vantagens adaptativas os primeiros tubarões tiveram em relação aos outros organismos para que eles viessem a se tornar os grandes predadores dos mares?
R – Primeiramente os tubarões se adaptaram a diversos ambientes e seus dentes permitiam uma dieta variada, permitindo que os tubarões se alimentassem de outros peixes, além de animais com conchas ou exoesqueleto.

7)      Encontram-se tubarões fósseis no Brasil? Se sim, quais os tubarões mais antigos do Brasil?
R – Sim. O Brasil possui uma grande diversidade fóssil de tubarões. Essa história se inicia em camadas do Devoniano com alguns dentes e espinhos de Ctenacantiformes. No Permiano essa diversidade aumenta com representantes de outras famílias de tubarões, incluindo os Xenacantiformes. Mas a maior diversidade está no Cretáceo, incluindo espécimes do gênero Tribodus, encontrado na Bacia do Araripe (Cretáceo Inferior).


Na imagem; dente do Megalodon em comparação com dois dentes
do tubarão branco atual

comparação entre o Carcharodon megalodon e o Carcharodon  carcharius

Megalodon- artista desconhecido
Mais sobre a entrevistada


A Dr. Ana Emilia Quezado de Figueiredo é formada em Ciências Biológicas 
pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Mestrada em Geociências, Paleontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e
atualmente é professora pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).




























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