ALCOOLISMO NO BRASIL
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ALCOOLISMO NO BRASIL


Eles exageram na dose:
Um a cada quatro homens abusa no consumo de álcool, aponta pesquisa.
Campanha do governo mostra a jovens que bebida não é só diversão.
Levantamento do Ministério da Saúde, feito no ano passado, indica que um em cada quatro brasileiros do sexo masculino consome álcool abusivamente, ou seja, mais de cinco doses de uma vez. Na média das capitais, o consumo abusivo é de 17,4%. Entre as mulheres, o percentual é de 8%. Um novo alerta para quem exagera na dose é dado em campanhas do governo federal, veiculada desde sábado nas TVs e rádios do País, com em três pontos: “O que a propaganda não mostra”, “Adolescentes – bebida não é brincadeira” e “Trânsito – bebida não é só diversão”. A campanha faz parte da Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas, lançada em maio desse ano. O ministro da Saúde, José Temporão, diz que a meta é diminuir o número de acidentes de trânsito, no trabalho e a violência sexual e doméstica. “A política está vinculada à redução de danos. Não tem viés de proibição. A bebida é socialmente aceitável e pode até ser motivo de prazer."O ministro acrescenta que o governo não abrirá mão de regular o conteúdo e o horário de exibição de propagandas de bebida alcoólica. Para o ministro, está claro que o Conselho de Auto-regulamentação Publicitária (Conar) é insuficiente para banir o incentivo ao consumo excessivo. “Não me parece razoável a auto-regulamentação. O Pan foi patrocinado por uma cerveja, e o que eu vi foram comerciais que tratam a mulher como objeto e mostram preconceito contra o obeso”, afirmou.O ministro diz ter sido procurado pelo Conar e por representantes das cervejarias. Mas adiantou que “o papel de regulação do Estado é intransferível”. Atualmente, apenas as bebidas com teor alcoólico acima de 13º são classificadas como tal e têm a propaganda regulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para o governo, propaganda eleva consumo:
Para o ministro da Saúde, José Temporão, a propaganda tem responsabilidade no consumo cada vez mais precoce de bebidas alcoólicas. A proposta do governo é passar a considerar alcoólicas bebidas com teor a partir de 0,5º. Assim, passam a fazer parte da lista cerveja, “ices”, “coolers” e a maioria dos vinhos e espumantes. A modificação da legislação, que deve ser feita por projeto de lei ou medida provisória, deve ser anunciada no dia 20, junto com a proibição de venda de bebida nas estradas federais.Com essa mudança, a Anvisa poderá regulamentar a propaganda de cerveja. O Ministério da Saúde defende que só possam ser exibidas à noite, das 20 às 8 horas e que sejam obrigadas a conter imagens de advertência, como foi feito com o cigarro.O psiquiatra Gustavo Matos alerta que muitos dos alcoólatras começaram a beber ainda jovens e que o álcool muitas vezes serve de “porta de entrada” para outras drogas.

Após acidente, jovem muda comportamento:
A mistura de sono, falta de alimentação e bebida alcoólica resultou em acidente, perda total do carro e ferimentos leves para um jovem de 20 anos de Joinville. Por sorte, ele teve só um corte no supercílio e outro na cabeça. Após o término de um show, realizado em um centro de eventos da zona Norte da cidade, na madrugada de 16 de março deste ano, o garoto combinou de se encontrar com os amigos em uma lanchonete do centro. Mas não chegou ao destino. No meio do caminho, na rua Blumenau, dormiu ao volante e acordou após o choque em um ponto de ônibus. Estava consciente, mas sangrando bastante. “Tenho consciência de que fui irresponsável neste dia. Estava com sono, não havia me alimentado direito e ainda havia bebido oito latinhas durante o show. Graças a Deus eu estava sozinho no carro e não havia ninguém no ponto. Só eu me machuquei”, diz ele, que nunca havia passado dos limites antes daquela adrugada. Depois de ficar em observação no hospital, foi até a casa da tia, onde encontrou os pais, que moram em uma cidade do Planalto Norte do Estado e se deslocaram para Joinville quando souberam da gravidade do acidente. Quando viu os pais, começou a chorar. Pediu desculpas, pois sabia que os havia desapontado. “Meu pai me cobrou mais responsabilidade. Disse que eu precisava pensar no que estava fazendo e começar a dar valor ao que eles me proporcionam: moro sozinho aqui em Joinville, tenho um carro e faço uma faculdade que não é barata”, conta ele, que não teve coragem de ver o carro após a batida.O acidente fez o jovem aprender a lição. “Hoje reduzi consideravelmente a ingestão de álcool. Aprendi que água mata a sede. Bem mais que a cerveja”, diz.

Hoje:
Apenas as bebidas com teor alcoólico acima de 13º Gay-Lussac são classificadas como tal e têm propaganda regulada pela Anvisa.

Como vai ficar:
Diminuir esse valor para 0,5º Gay-Lussac para incluir cerveja, "ices", "coolers" e a maioria dos vinhos e espumantes na classificação de bebida alcoólica.
Por quê? Com a mudança, a Anvisa poderá regulamentar a propaganda de cerveja, que corresponde a 95% dos comerciais e anúncios em TV, rádios e jornais.

Consumo:
2001 - 11,2% das pessoas entre 12 e 65 anos eram dependentes.
2005 - Índice aumentou para 12,3%.
Em FlorianópolisEntrevistados 1.316 estudantes de dez a 18 anos, de todos as classes sociais.
64,9% - consumiram álcool pelo menos uma vez
41,2% - uso freqüente
10,3% - "uso pesado"
O tamanho do perigo
Acima de 13º era o teor considerado alcoólico

Bebidas e a quantidade de álcool:
Absinto Père Kermann´s 53,5ºGim Gordon's 43ºVodca Absolut 40ºBrandy Fundador 40ºWhisky Red Label 40ºLicor Cointreau 40ºAguardente Ypioca 39ºTequila Jose Cuervo 38ºAguardente Sagatiba 38ºLicor Amaretto Dell'Orso 28ºVinho do Porto Tawny 19ºSaquê Azuma Kirin Dourado 15,5ºLicor Stock 15ºVinho Tinto Terrazas 13,5ºVinho Branco Santa Helena 13,5º

Passam a ser alcoólicas:
Moët & Chandon 12ºProsecco Valdorella 11ºKeep Cooler Classic 5,2ºSmirnoff Ice 5ºCerveja Boehmia 5,07ºCerveja Antarctica 4,9ºCerveja Brahma 4,8ºCerveja Skol 4,7º
EfeitosA ingestão de álcool diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de dirigir veículos ou operar outras máquinas.
O Código de Trânsito Brasileiro regulamenta a punição ao motorista que apresentar mais de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue: 600 ml de cerveja (duas latas de cerveja ou três copos de chopp), 200 ml de vinho tinto (duas taças) ou 80 ml de destilados (duas doses).

O que é a Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas?
Ações incluem:
- Fortalecer a fiscalização das medidas previstas em lei que proíbem dirigir alcoolizado.
- Fiscalizar a venda para menores de 18 anos e incentivar outras iniciativas visando reduzir o consumo nas faixas mais jovens.
- Ampliar e fortalecer as redes locais de atenção integral às pessoas que apresentam problemas decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, como os centros de atenção psicossocial álcool e drogas (CAPsAD), que atendem pelo SUS.
- Estimular e fomentar ações que restrinjam os pontos de venda e consumo de bebidas alcoólicas.
- Incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e publicidade de bebidas alcoólicas.
- Fomentar o desenvolvimento de tecnologia e pesquisa científicas relacionadas aos danos sociais e à saúde decorrentes do consumo de álcool.
Fontes: 2º Levantamento sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil de 2005 (Cebrid/Unifesp), Levantamento sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio (Cebrid/Senad) e Política Nacional sobre Bebidas Alcoólicas.
Problema vira caso de saúde pública no País:
Mais da metade das 35 mil mortes por acidentes de trânsito registradas no Brasil em 2005 tiveram causas ligadas ao abuso de bebida e à embriaguez. Os dados do Ministério da Saúde comprovam que o uso prejudicial do álcool é um problema de saúde pública no País. O governo gasta com internação de cada vítima de acidente em média até R$ 56 mil. Estudo do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicadas (Ipea) estima que os custos diretos e indiretos com os acidentes consomem até R$ 20 milhões por ano. Pesquisa da Abdetran (1997), que congrega os Detrans do País, revelou que 61% dos acidentados tinham ingerido álcool.“Os problemas são o uso freqüente e o consumo excessivo (grandes quantidades no mesmo dia) e a associação aos riscos (acidentes, violência e sexo desprotegido)", diz o coordenador da Área Técnica de Saúde Mental e Álcool do Ministério da Saúde, Pedro Delgado.



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